terça-feira, 7 de julho de 2009

Rede de blogs de música MOG explora trabalho grátis

Rede de blogs de música MOGOs patrões dos grupos de comunicação social portugueses podem congratular-se. Apesar da crise, há quem - tal como eles - continue a aproveitar-se da boa vontade de voluntários cuja única recompensa pelo seu trabalho é o amor à causa. Vem isto a propósito da recente renovação estética da MOG, uma rede de blogs de música que de site de partilha de playlists e recomendação de música à la Last.fm passou em Agosto do ano passado a funcionar também como uma rede de publicidade.

Com este relançamento, o site pretende agora transformar-se numa espécie de Huffington Post para notícias da música que, para quem não sabe, é um agregador de blogs. Só que ao contrário do Huffington Post que é conhecido por apenas destacar autores mais reputados e talentosos como intelectuais, celebridades e jornalistas e por lhes pagar pelos artigos, a MOG conta com mais de 300 blogs mantidos por “amadores” que contribuem com mais de cinco mil posts por semana e que não recebem absolutamente nada em troca senão uns trocos com os banners e o agradecimento dos restantes elementos da comunidade.

Ora, como já se sabe, isto de alimentar um site da Web 2.0 exclusivamente com os contributos de amadores voluntários costuma dar mau resultado. E com efeito, ao que parece ninguém costumava parar muito tempo na página principal da MOG. Apesar de contar com mais de 40 milhões de visualizações por mês, o número de visitantes únicos era apenas de 5,7 milhões, de acordo com o TechCrunch.

Com esta renovação, o que os responsáveis da MOG fizeram foi encher a página inicial com uma série de links para páginas locais que por sua vez reencaminham para os blogs participantes na rede. As selecções de destaques são da responsabilidade de uma equipa editorial de seis elementos a tempo inteiro. Os restantes bloggers continuam a chupar no dedo.

Mas ou muito me engano ou vai ser muito difícil a MOG concorrer com outras publicações especializadas em música que contam com um quadro de críticos e repórteres a tempo inteiro ou que ganham directamente dinheiro com publicidade sem terem que partilhar receitas com mais um intermediário inútil.

Mas isso não é motivo de grande preocupação para o fundador e director executivo David Hyman que em declarações à Billboard revelou que a MOG decidiu terminar o contrato de licenciamento com a Rhapsody para o streaming de música e que está a tentar chegar directamente a acordo com as editoras discográficas para fornecer o seu própro serviço de streaming de música. Resta saber se o site não acabará por fechar antes disso…

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